
Coronavírus em ambiente de Ar Condicionado
Em tempos de Coronavírus, muitas dúvidas surgem sobre o ambiente climatizado com mitos e verdades sobre esse assunto! Veja abaixo algumas informações para esclarecer suas dúvidas. Veja abaixo informações publicadas na coluna Bem Viver do Jornal do Brasil.

Qual o nível de confiança que você tem quando entra em um local com ar condicionado? O sistema de climatização (ar condicionado) vem a público como a grande dúvida no auxílio da prevenção da disseminação do Coronavírus ou num meio transmissor dele. Mas afinal, o ar condicionado é um aliado ou vilão?
A falta de acompanhamento da fiscalização, desde o início do projeto e das instalações da obra, inclusive em relação ao PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle -, criou um mercado frágil e desconhecedor das técnicas necessárias à garantia da boa qualidade do ar interno e do funcionamento adequado do sistema de climatização como barreira à proliferação microbiológica nestes ambientes.
E parece que a frase de Henry Ford, “qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando”, não é pensamento comum a todos os empreendedores. Desde 1998, há no mercado inúmeros questionamentos em relação à veracidade legal destas normativas, levando o foco apenas à falta de fiscalização das mesmas, transformando os cenários em cumprimento e protocolo de “papéis” e nada mais. A falta de fiscalização permitiu que empresas instalassem equipamentos sem a mínima garantia do controle da qualidade do ar interior ou da renovação do mesmo. Onde qualquer pessoa, mesmo não qualificada legalmente, realiza instalações, manutenções e até mesmo avaliações, sem possuir capacidade ou licença para tanto.
Um sistema adequado de climatização não é construído da noite para o dia. Não para a grande maioria das empresas. O descaso do Estado como órgão fiscalizador, associado à condição natural humana de burlar regras que não o leve a multas, fez com que um número potencial de empresas instalasse sistemas ineficientes no controle de contaminantes em ambientes confinados, não permitindo, nesse momento, a adoção de ações mínimas de mitigação, como renovação do ar interno, por exemplo.


O tema não é tão recente assim. Há pelo menos 22 anos, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 3523, em 28 de agosto de 1998, trazendo a conhecimento público as necessidades básicas para qualquer edificação sobre os procedimentos de manutenção, operação e controle dos sistemas de condicionamento do ar. Era o pontapé inicial na exigência que o mercado vinha apresentando em garantir a boa qualidade do ar aos ocupantes de ambientes gerenciados e mantidos por outras pessoas.
Em tempos de incerteza e insegurança como este que estamos vivenciando surgem algumas questões que, até então, passariam despercebidas pela maioria da população, mas que, agora, passam a ser fatores fundamentais para garantia da saúde e da vida.
Então o ar condicionado é importante sim, de uma forma geral, para o bem estar da população e controle de agentes contaminantes, mas precisa ser corretamente instalado e bem cuidado. Em conversa com Ricardo Salles, empresário e vice-presidente da ACRJ – Associação Comercial do Rio de Janeiro, fica claro o entendimento que “isso não é um peso a mais para o empresário, mas sim uma questão de equidade de competição e responsabilidade com o público, com os clientes. Estamos em um novo Brasil, onde a ética e as regras de integridade devem reger as organizações”.